ABUSO SEXUAL. NÃO SEJA CÚMPLICE

O abuso sexual é um drama da sociedade que afeta até às igrejas, mas precisa ser prevenido, combatido e denunciado.


  • Assunto quase nunca abordado no meio eclesiástico, o abuso têm sido uma dura realidade na vida de muitas famílias. Vez ou outra, ouvimos histórias de pessoas que, hoje adultas, passaram sua infância e adolescência sendo vítimas de abuso. Na maioria dos casos isso acontecia com a ciência da família, escola, igreja e outros segmentos da sociedade que se omitiram em ajudar, por medo ou vergonha dos desdobramentos que tal situação poderia tomar. Muitas delas só tomam coragem de denunciar após anos de sofrimento, quando os danos emocionais e físicos já chegaram ao seu limite, ou quando pessoas de destaque na mídia os relata estimulando a sociedade a romper o silêncio.
Como "Orientadora educacional" tenho me deparado com inúmeros casos de Crianças e adolescentes que procuram na "ESCOLA"
 a ajuda e apóio que não receberam de seus familiares.

A omissão têm sido uma marca recorrente nessas comunidades: família, escola, igreja etc.
  • Por que a "IGREJA" ainda têm  dificuldade de tratar desse e de outros assuntos, como a pornografia?
  • Como devemos proceder ao tomarmos ciência de um caso de abuso sexual ocorrendo em uma das famílias da Igreja?
  • E o que devemos fazer, como membros de uma comunidade Cristã?
      Para combater esse mal; maior ainda se torna a nossa responsabilidade, quando a "BÍBLIA" nos orienta em (Tg 4. 16-17)

      "Portanto aquele que sabe o bem que deve fazer o bem e não o faz está pecando".

- Crianças e Adolescentes podem ser afetados de diferentes formas e os sinais apresentados variam muito, podendo surgir a curto ou longo prazo.

No Brasil, mais de 50 denúncias de abuso sexual são feitas ao serviço Disque 100 todos os dias. Esses números são apenas a ponta de um iceberg, já que existe um muro de silêncio em torno desses casos  de violência contra a criança e o adolescente, dificultando ainda mais a compreensão da magnitude desse problema.

1) O que é abuso sexual?

      Abuso sexual é a definição que abrange todo ato, exploração, relação hétero ou homossexual ou vitimização de"Crianças" e Adolescentes, por um adulto ou outro adolescente; pelo uso do poder da diferença de idade, de conhecimento sobre o comportamento sexual. A ação visa ao prazer do próprio abusador.

2 ) O abuso sexual na Bíblia?

      Na Bíblia, encontramos alusão à violência sexual, especialmente contra a mulher, embora não haja referência específica a abuso sexual infantil e pedofilia na Palavra de DEUS. No entanto, como a figura da mulher na cultura judaica era de fragilidade e vulnerabilidade de direitos, podemos entender que DEUS abomina qualquer prática que viole os direitos de pessoas vulneráveis e sem possibilidade de defesa, como são as crianças e adolescentes.

Em Deuteronômio (22. 22-30), há orientações sobre casos de abusos sexuais. Em relação ao estupro, a ordem é que o homem deveria ser morto. Em Juízes (19.22-30), nos deparamos com uma atrocidade praticada contra a esposa de um levita, abusada sexualmente durante toda um noite por homens ímpios. Em 2 Samuel 13, há outro relato de abuso cometido por Amnom contra sua meio-irmã Tamar, forjado um ardiloso plano para forçá-la a isso. O ato foi considerado uma "loucura cometida em Israel" que trouxe consequências desatrosas ao seu pai, o Rei Davi e sua família.

3) Como o abuso acontece?

      O ato pode acontecer com toque físico ( beijos, carícias, penetração digital ou com objetos, sexo oral, anal, vaginal) ou sem qualquer tipo de contato físico, através de assédios, cantadas obscenas, exibicionismo, voyeurismo ( que é a observação de uma pessoa ao se despir, tomar banho sem que esta o saiba), participação em fotos pornográficas etc. Tudo isso é considerado abuso, pois supõe o envolvimento de Crianças e adolescentes em práticas sexuais para as quais não possuem condições maturacionais biológicas e psicológicas, fazendo com que seja impossível o consentimento consciente da atividade sexual.

4) Com o abuso sexual se manifesta?

    Embora aconteça em diferentes classes sociais e culturais, ele se manifesta basicamente, em duas categorias:

     a)  Extrafamiliar - Ocorre fora do meio familiar, sendo praticado por pessoas sem laços parentais com a vítima ( vizinhos, amigos dos responsáveis, profissionais liberais, religiosos etc).

      b) Intrafamiliar - É aquele abuso que ocorre no contexto doméstico ou envolve pessoas próximas, cuidadoras da vítima ou que possuem algum grau de familiaridade ( pai, mãe, madrasta, padrasto, tios, avós, primos, irmãos etc).

5) Como identificar os abusos e quais as suas consequências?

      É necessário que a família fique atenta a determinadas situações e comportamentos que podem ser demonstrados pelo menor, como:

      - isolamento dos amigos, da família e depressão;
      - distúrbios do sono (agitação, pesadelo);
      - sentimentos de que o próprio corpo é sujo ou que haja algo errado com seus genitais;
      - não querer ir à "Escola" e apresentar baixo rendimento escolar;
      - agressividade ou apatia excessivas;
      - temor infundado diante de exames físicos;
      Masturbação ou comportamento sexual precoce e impróprio para sua idade.

Qualquer outa mudança súbita de comportamento poderá ser significativa.

Papel da Família:

      A Família deve atuar, principalmente, na prevenção do abuso, bem como no tratamento da situação, caso haja ocorrência do fato com um de seus membros. Por mais doloroso que seja, enfrentar o problema quando este acontece é sempre a melhor saída. O que não se pode fazer é negar o ocorrido por medo ou vergonha.

Quanto à prevenção, as seguintes atitudes são recomendadas:

      - Ofereça boa educação aos filhos.
      - Converse sobre sexualidade, em família; com linguagem apropriada para a faixa etária deles.
      - Oriente os filhos a se livrarem das situações de risco. Mostrar a diferença entre carinho e afeto - que podem ser chamados de "toques bons" - e contatos que caracterizam abuso, ou "toques ruins".
      - Procure conhecer as famílias dos coleguinhas com quem seus filhos mantêm relacionamento. Isso se aplica também às famílias da Igreja, da escola, da vizinhança (etc).
      - Esteja atento ao uso das redes sociais: quais sites, jogos ou perfis que costumam visitar. Você sabe?
Dê liberdade aos seus filhos para falarem sobre o assunto, sem condená-los. Os pais muito fechados, austeros e introvertidos podem dificultar o caminho de confiança que precisa ser construído entre crianças e seus responsáveis.

Papel da Igreja:

      - Abordar o tema de forma clara e apropriada com as crianças e adolescentes.
      - informar à comunidade sobre leis que punem quem abusa de crianças e adolescentes, como a constituição Federal, em seu Artigo 227; o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), lei 8069/1990 com alterações da lei 11.829/2008; e o Código Penal, em seus Artigos 213, 214, 217, 218 e 234.
      - Oferecer abrigo e acolhimento às vítimas e suas famílias, caso não tenham para onde ir e corram riscos após a denúncia.
      - A Igreja nunca deve ser omissa ou conivente, por medo ou vergonha!!

Que jamais sejamos cúmplices com a prática do mal, e que o SENHOR nos revista de sabedoria e ousadia para  enfrentarmos esses dias difíceis com coragem e fé!!

GLAUCIENE GOMES
REVISTA VIDA CRISTÃ

   

   














      




GLAUCIENE GOMES


REVISTA vida CRISTÃ

Continua

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