BURNOUT NO PÚLPITO

O desgaste emocional e suas consequências para a liderança Cristã.

Nunca se falou tanto sobre desgaste emocional da liderança como nos dias de hoje. Como a Bíblia é a Palavra de DEUS e útil para tornar o homem habilitado para toda boa obra, o episódio registrado em Êxodo 18 :
ocorrido com Moisés, traz grandes e oportunas lições para a liderança. Claro que o libertador de Israel não sabia disso, mas esse desgaste emocional é hoje chamado pelos estudiosos das Ciências humanas de Síndrome de Burnout. É um conjunto de sintomas que se caracteriza pelo sofrimento psíquico das pessoas no desempenho do trabalho provocado pela fadiga de compaixão - dentre as quais, destaco os líderes religiosos como pastores e padres.
    HERBERT FREUDENBERG usou o termo Burnout como junção das expressões inglesas burn (queima) e out (fora,) exterior).
É como se a pessoa estivesse"queimada", saturada e frustrada pela dedicação a uma causa ou a um estilo de vida que não produz os resultados esperados.
    Moisés nos ensina não apenas as causa de tais desgastes, mais as atitudes certas para previní-los. Observamos dois agravantes em Moisés, sem desmerecer a seriedade da consciência que tinha do se chamado:

  • O fato de agir sozinho e sua falta de domínio sobre o tempo.
Ao se mostrar esgotado e sem perspectivas, Metrô, seu sogro, alerta-o de que tal atitude geraria uma crise de resultados
 Imprevisíveis não só sobre a vida de Moisés como, principalmente, sobre o povo que ele conduzia.
   Hoje, como ontem, há um grande perigo no líder que age sozinho. Essa é uma postura antibíblica e contrária à dinâmica do corpo. O que leva o líder a isso pode ser uma visão prepotente e individualista; ou então, a Síndrome de Burnout surge como manifestação de insegurança.
   Outro problema enfrentado pó Moisés era a indisciplina em relação ao tempo. Ele certamente enumerava os atendimentos e as atividades sem intervalos razoáveis e achando que daria conta de tudo. O resultado é a impossibilidade de cumprir com os compromissos assumidos e, consequentemente, a frustração:

  1. Aqui aparece a irritabilidade;
  2. O desespero;
  3. A perda do entusiasmo e do sentido de fazer as coisas. E o pior: a sensação de ser uma pessoa inadequada para o exercício do ministério.
Quando não planejarmos e priorizamos as atividades que temos a fazer,
a tendência é a de as realizarmos de forma mecânica, sem alma e sem reflexão.
     Com toda certeza, o desgaste emocional que tanto Moisés quanto muitos pastores e líderes experimentam não é causado pelo ministério em si, mas está diretamente relacionado ao modo como é encarado esse "Ministério". Que tempo Moisés separava para estar com a família ou cuidar de si mesmo se "atendia" o povo desde a manhã até o por do sol?
     Klarreist define o esgotamento emocional como um processo que se desenvolve em quatro fases:

1) Ilusão e entusiasmo - Nessa fase, tudo gira em torno do seu projeto, idealizam-se o trabalho e o ministério. Transformação.

2) Desilusão - As expectativas da fase anterior se confrontam com o real. Não é que não se deva ter expectativas,. Pois elas fazem parte e são necessárias à realização pessoal, porém, é essencial olhar a realidade do ponto de DEUS. Muitos líderes têm consciência do chamado para lidar com vidas humanas; contudo, no ofício, são obrigados a se envolver com questões administrativas e organizacionais da entidade a que servem como se fossem empresários.

3) Frustração - tratada anteriormente.

4) Desespero - A sensação de que "tudo parece estar perdido" e os "sonhos se acabaram". Nessa fase, os sintomas relacionais e psicossomáticos se instalam. O Líder se retrai e se isola, desenvolvendo assim, um quadro depressivo.


Entendemos que todo momento crítico do Líder não deve ser visto como o fim, mas sempre o início. O alerta de Metrô a Moisés com certeza fez com este exercesse o ministério com excelência. Queremos pensar em alguns caminhos básicos possíveis para a liderança eclesiásticas de hoje:

1) Buscar sentindo no "Ministério"

A busca de sentindo não depende de condicionamentos.
O que dá sentido ao ministério?
O que dá sentido à existência?

      Um pensador afirmou que "quando se têm um porquê, suporta-se quase qualquer como".
Buscar um sentido no ministério não depende das circunstâncias favoráveis ou não.

2) Dividir as "Tarefas"

Muitos líderes se sobrecarregam, pois se sentem inseguros e medrosos para dividir certas atividades. Talvez Moisés pensasse que apenas ele era capaz de resolver tudo ou que, se dividisse as tarefas, iria perder a posição e aprovação do povo.
      A atividade pastoral é listada entre as quatro mais difíceis de exercer, pois o"Pastor" deve ser:

a) Pregador
b) Conselheiro
c) Conferencista
d) Planejador
e) Administrador
f) Diretor
g) Professor
h) Líder de Louvor
i)  Motorista

      Urge resgatarmos a visão Bíblica do Ministério Pastoral.
Quem não divide as tarefas exerce uma liderança autocentrada e causa adoecimento.

3) Criar relacionamentos "Sólidos"

- Frequentemente, ouvimos pastores e outros tipos de lideranças eclesiásticas afirmarem que não têm amigos e que se sentem sós. Saber relacionar-se e conviver com os outros é requisito básico para que se possa ser considerado, verdadeiramente, humano. Para muitos, lidar com a sua humanidade é algo muito desafiador e incômodo. Há líderes que são vistos quase como semideuses e investem nessa imagem.

4) Dminuir as pressões de resultados sobre  a função "Pastoral"

Um dos pilares da nossa era pós-moderna é o pragmatismo - isto é, a idéia de que, se algo produz resultados, esse algo é bom - e, quanto mais rápido os resultados surgirem, melhor é a estratégia.
      John MacArtur reitera que, sendo assim,"0 modelo para o Pastor contemporâneo é o executivo de corporação, o político ou o apresentador de programas de televisão". A preocupação com os resultados gera competitividade.
      O sucesso ministerial não se mede por resultados quantitativos, mas pela fidelidade ao SENHOR no exércicio desse "Ministério".

"Que DEUS abençoe aos Pastores e a cada líder de modo que possam ter um ministério integral com excelência".



Jetro Ferreira Damasceno

Revista vida Cristã







     

   
 


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